E a DC vai tentar emplacar de novo Constantine dentro de universo regular. Depois da sua revista solo, lançada logo após a saída do personagem da Vertigo, ter fracassado tanto nas vendas quanto na crítica. Essa nova revista é comandada por uma equipe criativa pouco conhecida, com a exceção, talvez, de James Tynion IV que co-roteirizou algumas histórias em Batman e Batman Eterno. Na edição de estreia, que vem na esteira da reformulação editorial da DC pós-Convergence, vemos um Constantine bem jovem, mas que demonstra já ter uma reputação de longa data dentro da magia. Isso parece contraditório, já que um personagem tão jovem assim dificilmente teria a "quilometragem" que ele aparenta ter.
Por isso é evidente que não se trata de um reboot do personagem. Isso fica bem claro logo nas primeiras páginas, quando diversos fantasmas de amigos dele que passaram dessa pra melhor não saem do seu pé, atormentando-o por ele ter sido traíra e causado as suas mortes. Uma cena que não é nada original, a propósito. Na Hellblazer da Vertigo, já vimos muitas vezes Constantine ser perseguido pelos fantasmas de pessoas queridas.
Além do mais, uma das almas penadas com quem Constantine interage nessa primeira edição é Gaz, um dos integrantes da finada Membrana Mucosa, banda de punk rock que o mago inglês integrava antes de desbancar para magia. Essa história, bastante perturbadora (diga-se de passagem) foi contada em Hellblazer #11 – Newcastle – Um Gostinho do Que Está por Vir, escrita por Jamie Delano e com o lápis de Richard Piers Reyner. Outro membro da banda, Frank, também terá participação na série, uma vez que o gancho para a edição #2 dá conta que seu espírito virou pó.
Dessa forma, já dá pra perceber que a proposta editorial dessa nova revista é continuar as aventuras que foram interrompidas na edição #300 na Vertigo com um uma pegada um pouco mais madura do que vinha sendo dada até agora no selo DC, com direito a cenas de sexo. Trata-se de um sentimento contraditório o que me pegou aqui: se por um lado é ruim ter deixado Constantine assim tão jovem, por outro é promissor manter elementos da revista clássica, o que dá crédito para a proposta de dar mais autonomia aos autores para fazer histórias mais maduras, mesmo que fora da tarja “sugerida para leitores maduros”.
A história? Bem, ela realmente lembra em algumas passagens a fase clássica, principalmente os diálogos ágeis e espirituosos que viraram uma marca sua, passando uma autenticidade que não se via na segunda série do personagem, onde o personagem parecia um falastrão de uma sitcom qualquer. A edição #1 é promissora e não me fez querer abandonar a revista ao seu final. Cabe-nos esperar as próximas edições.
Constantine: The Hellblazer #1
**** 7,0
DC | junho de 2015
Roteiro: Ming Doyle e James Tynion IV
Arte: Riley Rossmo
Cores: Ivan Plascensia
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