sábado, 28 de novembro de 2015

[HQList] Os Maiores Personagens da DC Comics


Recentemente o site Comic Book Resources abriu uma votação entre seus leitores para que escolhessem os 10 maiores personagens da DC Comics. Após a contagem, o site divulgou o seu Top 50. Como era de se esperar, muita polêmica foi criada, já que dificilmente essa lista reproduziria exatamente o gosto da maioria, ainda que a votação tenha sido pública. Isso acontece com qualquer lista, que, para efeito de reflexão, tem seus méritos. Por isso, fique com os dez primeiros colocados do ranking junto com alguns comentários pessoais. Para quem quiser ler a lista na íntegra, clique aqui

Arqueiro Verde, bem como seu alter-ego Oliver Queen, foi criado em 1941 na revista More Fun Comics #73. Até os anos 70 ele era tido apenas como uma versão mais leve de Batman, já que ambos são ricos e devotam a vida ao combate ao crime. O personagem começou a ganhar densidade somente quando Denny O'Neil assumiu o personagem. Junto com Lanterna Verde, o Arqueiro protagonizou umas das mais clássicas aventuras de super-herói dos quadrinhos, quando a dupla percorreu os EUA se deparando com diversas mazelas sociais que, até então, eram ignoradas nas revistas. Mais detalhes sobre a obra, clique aqui.

Uma das mais notáveis heroínas da DC, pode-se considerar que Batgirl conseguiu sair da sombra do Batman e ganhar relevância autônoma. Várias mulheres já assumiram o manto da heroína, mas foi Barbara Gordon quem marcou época nele. Fruto da criação de Gardner Fox e Carmine Infantino, Barbara é filha do Comissário Gordon e umas das parceiras mais presentes na história de Batman. Embora já tenha protagonizado boas histórias, Barbara é mais lembrada por causa do atentado que sofreu de Coringa em A Piada Mortal, que a deixou sem o movimento das pernas. A partir desse acontecimento, ela deixou de ser Batgirl e assumiu a alcunha de Oráculo e passou a ajudar outros herói com apoio tecnológico.

Não há como negar que, embora não seja o preferido de alguns, o Lanterna Verde mais conhecido pelo público em geral seja Hal Jordan. O primeiro Lanterna foi Alan Scott, criado em 1940 na revista All-American Comics #16 por Martin Nodell e Bill Finger (segundo a versão consagrada). Hal Jordan somente apareceu em 1959 na revista Showcase #22 por obra de John Broome e Gil Kane, numa tentativa da DC de catapultar a popularidade do herói Lanterna Verde. Historicamente, podemos mencionar duas fases áureas do personagens nos quadrinhos: a primeira ocorreu durante o anteriormente citado trabalho de Denny O'Neil que reuniu os dois heróis verdes numa espécie de road-comic pelos EUA; a segunda é a fase de Geoff Johns, que não somente atualizou as origens do herói, como implantou o conceito de "tropas coloridas" no seu universo.

Assim como ocorre com o Lanterna Verde, vários personagens já assumiram o manto do Flash através do tempo. Também como ocorre com o guardião esmeralda, a versão pioneira (Jay Garrick, criado em 1940) não é mais famosa para os leitores de hoje. A estreia de Barry Allen se deu na revista Showcase #4 de 1956, de Gardner Fox e Carmine Infantino. Ele era um perito da polícia até um sofrer um acidente químico em razão de um raio que atingiu seu laboratório. A partir de então, ele desenvolveu uma série de poderes, sendo a ultravelocidade o mais notável deles. Ambas as versões de Flash, Barry Allen e Jay Garrick, se encontraram na clássica história O Flash dos Dois Mundos (The Flash v.1 #123, que praticamente deu início ao conceito de multiverso na DC.

Criado por John Broome e Carmine Infantino (sempre ele), Wally West é sobrinho de Barry Allen e seu sucessor no manto do Flash, após o então detentor morrer pelo Antimonitor na Crise das Infinitas Terras. Até então, West era Kid Flash e integrante dos Novos Titãs, cuja revista fazia um estrondoso sucesso nos anos 80. Sua origem é praticamente a mesma de Allen, ao passo que sofreu de um acidente idêntico a do seu tio, mas um raio de Antimonitor durante a Crise fez que perdesse muito de sua velocidade. Todavia, na melhor fase do personagem nos quadrinhos, quando Mark Waid estava nos roteiros de sua revista, ele evoluiu e descobriu todo o poder da Força de Aceleração. O arco Nascido para Correr (The Flash v.2 #62-65) conta suas origens e é tida por fãs uma das melhores do personagem.

O único vilão dentro do top 10, Coringa é uma criação de Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. Sua estreia foi na primeira edição da revista Batman, de abril de 1940. Assim como hoje em dia, o Coringa da Era de Ouro era um cruel assassino, cuja fama só cresceu com o tempo. Todavia, sua sanha sádica foi amenizada durante a Era de Prata, sobretudo em razão do Comic Code Authority, que impôs uma estrita tolerância a violência. Só com Denny O'Neil, que Coringa voltou a ser o frio assassino de outrora. Mas foi com Alan Moore que Coringa protagonizou uma de suas mais célebres histórias, Batman - A Piada Mortal, onde ele tem sua origem estabelecida, embora a DC sempre tenha vacilado entre considerar ou não a história como oficial dentro da cronologia do personagem. Segundo a graphic-novel, Coringa foi vítima de um acidente químico enquanto era um bandido comum que o desfigurou e o levou a insanidade. 

Mulher-Maravilha é a primeira grande super-heroína dos quadrinhos. Sua estreia foi publicada em dezembro de 1941 na revista All Star Comics #8. Nas décadas iniciais, ela possuía as características estabelecidas por seu criador, William Moulton Marston, que foram atualizadas em 1987 por George Pérez e em 2011 por Brian Azzarello. Diana, conforme o cânone estabelecido dos Novos 52, é filha de Zeus e Hipólita, portanto, semideusa. No run de Azzarello por sua revista, ela se sucedeu Ares como deus da guerra, incrementando bastante os atributos da personagem. Originalmente, porém, a heroína foi concebida para ser símbolo do poder feminino, já que Marston acreditava no poder educacional dos quadrinhos. Esse atributo se mantém até os dias de hoje, embora com muito menos apelo. 

Dick Grayson foi o primeiro Robin e, até então, o mais longevo de todos eles. Ele foi criado por Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson na revista Detective Comics #38, de abril de 1940. Dick pertencia a uma família de acrobatas até ela ser assassinada pelo gangster Anthony Zucco, ocasião em que Bruce Wayne o adota e faz dele o seu parceiro no combate ao crime. Dick mantém esse status até ter um desentendimento com o Batman sobre sua atuação com os Novos Titãs. Ansiando independência, Dick abandona a Mansão Wayne e se torna Asa Noturna. A primeira aparição de Asa se dá no clássico arco O Contrato de Judas, de Marv Wolfman e George Pérez. Em 2009, quando Bruce Wayne foi dado como morto, Dick atuou provisoriamente com o manto do Batman. Atualmente, Dick assumiu o codnome de Agente 37 enquanto investiga, a mando de Batman, a organização criminosa Spyral. Esses eventos são mostrados na revista Grayson.

Ele foi o primeiro de todos e deu origem a uma indústria da qual ele é o maior símbolo. Precursor dos demais super-heróis, Superman deu o pontapé inicial do gênero nos EUA e sua imagem está permanentemente inserida no inconsciente coletivo como símbolo do heroísmo. Ele nasceu na revista Action Comics #1 de junho de 1938, fruto do intelecto de Jerry Siegel e Joe Shuster. Como quase todos os heróis, sua origem é constantemente revisitada e atualizada, de forma que as várias versões existentes concorrem em importância. Fato é que Superman é Clark Kent, que chegou na Terra ainda bebê após seu planeta natal, Krypton, ter sido extinto. Criado pelo casal Jonathan e Martha Kent, Clark logo descobriu ser dotado de incríveis poderes, graças sobretudo ao poder que a luz solar tem sobre ele. Dentre as inúmeras história de origem do Azulão, destaca-se O Homem de Aço de John Byrne, escrita nos desdobramentos da Crise das Infinitas Terras, em 1987.

Historicamente, decidir entre Batman e Superman é uma das tarefas das mais ingratas que existe em questão de quadrinhos. Mas é preciso reconhecer que, nas últimas décadas, o Homem Morcego têm tido um sucesso artístico e comercial (em qualquer das mídias em que eles se façam presentes) muito maior que o do Azulão. No cinema, a franquia de Batman está muito mais estabelecida e bem sucedida que a do Superman. No mercado de HQ's, a revista do Batman seguidamente fica entre as mais vendidas, enquanto que a do Superman dificilmente consegue ficar no grupo das 20 primeiras em vendas. O começo desse sucesso se deu na revista Detective Comics #27, de maio de 1939, quando a dupla Bill Finger e Bob Kane apresentou o seu trágico herói, que após ver seus pais serem brutalmente assassinados, dá início uma cruzada sem fim contra o crime. Apesar de ser "apenas um humano" (que muitos super-seres já cometeram o erro de menosprezar), Batman é dotado de uma acurada habilidade física e notável inteligência, sem contar os recursos financeiros quase ilimitados a seu dispor.

sábado, 21 de novembro de 2015

"O Fim" surpreende pelo tom otimista da trama

Quarteto Fantástico - O Fim, da Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel

Quarteto Fantástico - O Fim faz parte de um evento desenvolvido pela Marvel por meio do qual ela deu fim às histórias de alguns personagens da editora, como Justiceiro, Wolverine e Hulk. Para o exercício de imaginar como seria o ponto final da trajetória do Quarteto Fantástico, foi convidado um dos monstros sagrados dos quadrinhos, Alan Davis. O artista inglês é bem conhecido por ser um dos principais parceiros de Alan Moore no início de carreira, já que no começo dos anos 80 eles fizeram dupla em obras como Capitão Bretanha, Miraclemen e D. R. & Quinch.

Mas foi na Marvel US que Alan Davis atingiu o seu auge artístico, fazendo parcerias importantes com outras estrelas da editora, como com Chris Claremont em Excalibur no início dos anos 90. Contudo, a sua arte detalhada nunca foi muito adequada ao ritmo das revistas mensais e, por isso, seu trabalho nos últimos anos se limitou a arcos fechados e minisséries. É o caso de Quarteto Fantástico - O Fim, que demonstra ele ainda mantém a destreza em sua arte, inclusive nos roteiros.

A minissérie é ambientada num futuro distante, em que todos os heróis ainda vivem graças a um tratamento criado por Reed Richards chamado Projeto Matuzalém. Depois de uma batalha contra Doutor Destino, que custou a vida de Franklin e Valéria Richards, o Quarteto está esfacelado: Sue e Richards praticamente não vivem mais juntos, o Coisa finalmente conseguiu retornar a sua forma humana e formou uma família, e Johnny está integrando os Vingadores.

Nesse futuro imaginado por Davis, a Terra finalmente se recuperou das Guerras Mutantes, que devastou o planeta, e uma relativa paz reina em todo o Sistema Solar. Isso até que uma força misteriosa, de fora de nosso sistema, começa pouco a pouco a minar a ordem que a duras custas foi estabelecida. Revelar mais que isso poderia prejudicar as surpresas reservadas por Davis, que surpreendentemente preza por um tom otimista em sua trama.

Embora durante a maior parte do tempo, o Quarteto aja separadamente, é inegável que toda a história ostenta uma aura típica de suas histórias: uma odisseia cósmica que, além de investir na ação, oferece um drama familiar (ou de relacionamentos em geral, se preferir), que remetem às clássicas histórias que John Byrne criou durante sua passagem pela superequipe nos anos 70 e 80. Assim, Davis nos brinda com uma aventura moderna do Quarteto, cujo toque autoral se mostra evidente, sem contudo deixar de respeitar o legado da equipe.

Até os que não são familiarizados com a mitologia cósmica da Marvel são capazes de se divertir com a minissérie, que conta com a participação dos seus principais vilões, como Galactus, Superskull, Toupeira e Aniquilador. A edição da Salvat, como auxílio à leitura, traz como extras o histórico de Alan Davis (bem minucioso), uma entrevista com ele sobre o processo criativo (esclarecedor), fichas dos principais vilões do Quarteto Fantástico (poucas informações) e galeria com algumas capas desenhadas por Davis na revista da superequipe (imagens pequenas demais para apreciar a beleza da arte). No geral, trata-se de um bom encadernado que merece a leitura.

Quarteto Fantástico - O Fim
Fantastic Four: The End #1-6
**** 8,5
Marvel | janeiro a maio de 2007
Salvat | outubro de 2014
Roteiro e arte: Alan Davis
Arte-final: Mark Farmer
Cores: John Kalisz

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"Deuses e Mortais" marca a renovação da mitologia da Mulher-Maravilha

Mulher-Maravilha - Deuses e Mortais

Em tempos de Batman vs. Superman, cresceu o interesse em estudar a origem da Mulher-Maravilha, principalmente quando se tenta adivinhar qual será a versão adotada no longa. Historicamente, duas origens da heroína se destacam: a clássica, aquela idealizada pelo criador da personagens William Moulton Marston; e a versão pós Crise das Infinitas Terras (que zerou a cronologia DC), idealizada por George Pérez e Greg Potter. Embora guardem entre si muitas similaridades, na versão mais de Pérez a Mulher Maravilha, bem como todas as Amazonas, são reincarnações de mulheres assassinadas por homens, com o detalhe de que Diana foi concebida diretamente do barro e presenteada com atributos de vários deuses.

Em Mulher-Maravilha - Deuses e Mortais acompanhamos a atualização da origem da heroína para os novos tempos. Pérez e Potter preservaram muito da origem da década de 40, como a origem do barro, a queda de Steve Trevor na Ilha Paraíso, o torneio de habilidades que alçou Diana como o arauto das Amazonas. Contudo, esse cânone viria muito se modificar com Os Novos 52. Segundo a origem concebida por Brian Azzarello e Cliff Chiang em 2011, Diana se tornou filha de Zeus com Hipólita, dando uma justificativa mais acessível para os poderes da, agora, semideusa. Além disso, a participação de Steve Trevor na origem foi praticamente apagada.

É interessante observar a necessidade da DC em continuamente atualizar a origem da Mulher Maravilha, notadamente conhecida por ser uma personagem difícil e editorialmente problemática. Mas tanto George Pérez quanto Brian Azzarello tiveram extremo sucesso em apresentar suas versões da heroína, dando ótimos pontapés na reestruturação da personagem, cada um a seu tempo. A DC, inclusive, cogitava após a Crise reinventar totalmente a heroína, de forma que o único elemento em comum com a versão clássica seria o nome. Tanto Pérez quanto Potter intervieram e criaram uma alternativa viável de reconstrução.

Em Deuses e Mortais, o primeiro grande desafio de Diana é Ares, o deus da guerra. Para enfrentar a ameaça representada pela sanha conquistadora do deus que pretende subjugar toda a Terra, Diana é levada por Hermes ao Mundo do Patriarcado (nosso mundo) para, finalmente, ter o seu primeiro contato com nossa sociedade (até então ela nunca tinha saído de Themyscira) e enfrentar seu inimigo.

A importância de George Pérez para a revista da Mulher-Maravilha não ficou restrita a seus belos e detalhados desenhos, a reconstrução da personagem empreendida nesse primeiro arco do pós Crise serviu para que a personagem sobrevivesse a mudança dos tempos. Essa análise também vale quando a considerarmos como ícone do feminismo como ela é, pois nada mais coerente foi do que atualizá-la aos tempos modernos, uma vez que os direitos femininos em muito se expandiu desde a década de 40.

Em tempo: no filme Batman vs. Superman a origem da Mulher Maravilha será aquela contada por Azzarello e Chiang nos Novos 52 (semideusa filha de Zeus e Hipólita). A origem da heroína (como um ser moldado no barro) será considerada apenas como uma lenda.

Mulher-Maravilha - Deuses e Mortais
Wonder Woman #1-7
**** 8,0
DC | fevereiro a agosto de 1987
Panini | maio de 2008
Argumento: Greg Potter e Len Wein
Roteiro e Arte: George Pérez

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

"Astro City" vai além da tradicional história de super-heróis

Astro City Vol. 1 - Vida na Cidade Grande, de Kurt Busiek, Brent Anderson e Alex Ross

Continuando o ótimo trabalho que tem feito com a Vertigo no Brasil, chegou a vez da Panini arrumar a casa de Astro City no Brasil. A exemplo de outros títulos que também tiveram uma publicação bastante irregular, como Hellblazer e Monstro do Pântano de Alan Moore (ambos já publicados integralmente), a Panini promete fazer o mesmo com Astro City. O primeiro volume, Vida na Cidade Grande, já havia sido publicado por aqui pela Pandora Books em 2003, mas a editora não deu continuidade ao título, ao passo que o encadernado seguinte, Confissão, saiu pela Devir em 2006 sem nenhum indicativo de continuidade da publicação da Pandora.

Apesar de Astro City trabalhar com arcos e até edições com histórias fechadas, essa irregularidade prejudicou um dos grandes méritos do título, o sentido de coesão que Busiek aos poucos transmite ao leitor. A opção por não focar suas histórias em apenas um personagem específico faz com que cheguemos a óbvia conclusão de que o centro da série é a cidade, composta por cidadãos comuns que aprenderam a conviver com superseres. Trata-se quase de um estudo sobre como seria a nossa realidade se, de fato, os super-heróis existissem.

Em Vida na Cidade Grande vamos pouco a pouco imergindo no clima que Astro City está sempre mergulhada, onde o extraordinário espreita a cada esquina. Contudo, o extraordinário, aquilo que Busiek está mais interessado em retratar, está na convivência das pessoas comuns em meio a uma cidade densamente habitada por super-seres. Por isso, não espere, pelo menos neste primeiro arco, uma grande aventura envolvendo um vilão cruel devastando alguma cidade. Isso é secundário e, curiosamente, que bom que tenho sido assim.

Isso, por outro lado, não impediu que se homenageassem os heróis clássicos da Marvel e DC nos personagens da série. Por exemplo, o Samaritano é obviamente inspirado (inclusive visualmente) em Superman, sendo seu alter ego também um funcionário de uma periódico local. A Primeira Família, que nesse encadernado tem apenas uma pequena participação, é claramente uma versão alternativa do Quarteto Fantástico. E não é só isso, parece também que Busiek se auto referencia. É só notar a segunda edição, onde um repórter de jornal acompanha um super-herói na esperança de escrever uma matéria sobre ele. Não só o repórter, mas como a própria estrutura da história lembram bastante Marvels, obra também roteirizada por Busiek anos antes.

Os quadrinhos estão repletos de releituras e reinvenções do gênero de super-heróis, haja vista obras como Watchmen, Top Ten e The Boys (só para citar algumas). Mas Astro City veio para apresentar um ponto de vista diferente para o gênero, ao passo que além de focar em somente uma única cidade (viva e interativa), dá grande destaque ao ordinário em meio ao extraordinário. É da apresentação desse contraste de que basicamente se trata esse primeiro encadernado.

Além de uma introdução de Busiek, o encadernado da Panini também traz vários esboços e estudos de personagens de Alex Ross, que esteve diretamente envolvido na concepção da obra. Dentre os extras, destaca-se o mapa de Astro City, com indicação dos bairros, rios e suas respectivas geografias. Toda essa preocupação da equipe criativa demonstra mais uma vez a preocupação em fazer da cidade um personagem autônomo da obra, de forma semelhante a que Gotham City é para o Batman.

Astro City Vol. 1 - Vida na Cidade Grande
Astro City (1995) #1-6
***** 9,0
Image | agosto de 1995 a janeiro de 1996
Panini | abril de 2015
Roteiro: Kurt Busiek
Arte: Brent Anderson e Alex Ross