Sin City pode ser considerada um dos últimos respiros criativos de uma das mais prolíficas carreiras nos quadrinhos. Ouso dizer que depois de Sin City Frank Miller não foi mais o mesmo. Vieram em seguida obras que nem de perto fizeram jus a sua genialidade, como Batman: O Cavaleiro das Trevas 2 (2001), Grandes Astros Batman & Robin (2005) e Holly Terror (2011). Mas enquanto criava Sin City, ele ainda dava um show.
Em A Dama Fatal, bem como nos demais volumes da série, o seu desenho já assumia algumas característica que viriam a ser constantes em sua obra, como a ausência de plano de fundo, consistente na minimalização do cenário. Seus esforços passaram a ser no primeiro plano, explorando os jogos de sombra e luz. Do contraste entre o preto e branco se faz a arte, e esse recurso perfeitamente se adaptou ao ambiente que Frank Miller quis imprimir em seu roteiro.
Diferentemente da profusão de quadros que e verborragia presentes em O Cavaleiro das Trevas, Miller optou aqui por um layout mais enxuto, composto mais por painéis amplos, de página inteira. Por isso, a ambientação da história em muito se deve a narração em primeira pessoa de Dwight, responsável por imprimir uma atmosfera mais intimista.
Diferentemente da profusão de quadros que e verborragia presentes em O Cavaleiro das Trevas, Miller optou aqui por um layout mais enxuto, composto mais por painéis amplos, de página inteira. Por isso, a ambientação da história em muito se deve a narração em primeira pessoa de Dwight, responsável por imprimir uma atmosfera mais intimista.
Ocorre que depois de sua fase em Sin City durante o início dos anos 90, Frank Miller nunca mais recuperou a sua acuidade artística, aquela que ele mostrou em obras como Ronin e Batman - O Cavaleiro das Trevas. O seu traço irregular e borrado, que tinha o seu lugar em Sin City, passou a ser a regra desde então, só que de uma forma piorada. A demonstração mais recente desse declínio artístico pode ser conferido no preview do seu último projeto, Xerxes, que saiu no Brasil na Dark Horse Apresenta #1 (da HQM Editora), e que está paralisada devido ao seus compromissos na produção do filme Sin City 2, baseado justamente em A Dama Fatal. Mais preocupado em trabalhar no cinema, talvez mais interessado no maior retorno financeiro do trabalho (nada contra), Miller deixou os quadrinhos de lado.
Ainda não conferi a recém-lançada adaptação cinematográfica da obra, mas A Dama Fatal fornece um material incrível, composto por um roteiro bem desenvolvido e cheio de cenas de ação, bem ao gosto do público hollywoodiano. Para se ter uma ideia, há um sem número de passagens na obra com aquela típica cena de vidro se estraçalhando contra um corpo alvejado de balas. Inspiração cinematográfica ele sempre teve.
Sin City - A Dama Fatal
Sin City #1-6 - A Dame for Kill
**** 8,5
Devir | março de 2013 (2ª edição)
Dark Horse | novembro de 1993 a maio de 1994
Roteiro e arte: Frank Miller
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