domingo, 21 de junho de 2015

[HQlist] Quadrinhos Violentos

No cinema, os títulos que beiram o gore são um filão há muito estabelecido e que ano a ano rendem vários filmes. Nas HQ's não poderia ser diferente. O PainelHQ selecionou cinco gibis extremamente violentos e que, por isso, receberam classificação etária máxima nos EUA. Preferimos aqui selecionar apenas títulos lançados aqui no Brasil, o que dificultou um pouco as escolhas, pois histórias assim aparentemente não são bem recebidas. Mas nos states trata-se de um filão bastante amplo. A editora Avatar, mais conhecida como editora que vem publicando os últimos trabalhos de Alan Moore nos EUA, é especialista nessa área.

Então é isso, prepare os lenço e fuja dos respingos, pois muito sangue escorrerá das nossas escolhas. Boa leitura!

Taí um título que eu nunca esperei a Panini dar continuidade. Lançada em 2011 pela Dynamite, Jennifer Blood tem a cara de seu criador. Garth Ennis cria uma das anti-heroínas mais sanguinárias da ficção e, para não perder a piada, a transvestiu de uma pacata dona de casa de cuida da casa, dos filhos e do marido. Nada que indique o seu treinamento militar e o sangue frio que se vale todas as noites para combater o crime organizado. Impiedosa, sacana e muito boa no que faz, Jennifer Blood (como escolheu ser chamada) é muito versátil em seus métodos, que vão do uso de armas convencionais até facas, foices e espadas, molhando o chão de sangue por onde passa ao mutilar, estripar e decepar seus inimigos. No fim da noite, inabalável, ela retorna ao seu lar para um dia de muito serviço de casa. Uma pena que Ennis tenha escrito apenas o primeiro arco, que foi lançado pela Panini anos atrás.

Nunca a Marvel MAX foi tão MAX quanto em O Velho Logan. Mark Millar e Steve McNiven forçaram a um limite inédito a tolerância da editora quanto a conteúdo violento. A visão da dupla para o futuro de Wolverine é ambientada num mundo cruel, sangrento, onde ninguém se importa em trucidar alguém que julgar estar olhando torto na esquina (se é que restou alguma nesse futuro distópico). Curiosamente, Logan havia prometido nunca mais sacar suas garras novamente. Estava cansado de matar. Mas é claro que sua promessa não durou muito e logo ele voltou a fazer o que ele sabe fazer melhor: matar. A carnificina que se seguiu a quebra da promessa é uma das coisas mais chocantes que eu já li em quadrinhos de super-herói. Clique aqui para um review completo.

Hard Boiled não teria a metade do impacto que tem sem a arte incrível de Geoff Darrow. Os seus desenhos superdetalhados dão outra pespectiva ao roteiro surtado de Frank Miller. Hard Boiled é uma graphic novel lançada originalmente em 1992 pela Dark Horse, em que conta a história de um andróide que não tem consciência de sua condição. Na sua cabeça, segundo memórias implantadas artificialmente (claro), ele é um tranquilo investigador de seguros, de família perfeita. Isso até estourar uma rebelião dos androides e ele surtar de vez. Na verdade, o roteiro é o de menos nessa história. Miller levanta a bola para que Darrow destruísse (com o perdão do trocadilho) com seus desenhos. Um review da história pode ser conferido aqui.

Ao contrário das demais histórias dessa lista, Do Inferno não é propriamente uma obra cunhada para chocar, mas Alan Moore e Eddie Campbell não poupou o leitor dos detalhes mais sórdidos dos assassinatos de Jack Estripador. Embora a obra de centre mais no processo investigativo da polícia londrina e do envolvimento de William Gull com a maçonaria, os crimes não deixaram de ser retratados passo a passo e com riqueza de detalhes. Para Gull, tudo aquilo não passava de um ritual de purificação e sublevação segundo os preceitos maçônicos. A arte de Campbell revela uma abordagem única do que seja cena chocante, ao trazer um elemento sombrio e cru às mutilações. Obviamente, essa abordagem de Moore não escapou da polêmica, muito em razão também por jogar no colo da Coroa Britânica a responsabilidade pelos crimes. Dentre as inúmeras teorias existentes, foi essa que Moore se valeu para fazer sua releitura do ocorrido. Confira um review da obra aqui.

Sim, é isso mesmo. Mark Millar e Steve McNiven emplacaram mais um título na nossa lista. Espécie de mistura de Batman e Cavaleiro da Lua, Nêmesis faz da vilania quase uma profissão, um estilo de vida. Ele usa de sua fortuna para desafiar as principais forças policiais do planeta e cometer os mais bárbaros crimes. A minissérie, lançada originalmente em 2010 pela Icon (um dos selos o da Marvel), tem a cara de sua dupla criadora. Mark Millar, como é de costume seu, faz da ultraviolência elemento predominante, sem deixar de lado o humor negro. Essa combinação que deixou Nêmesis tão divertida. McNiven, por outro lado, faz uso de sua arte detalhada para chocar o seu público. Sem ela, a obra certamente seria um fracasso. Mas Millar é muito criterioso em escolher seus artistas, sabendo explorar o que há de melhor neles em prol da história. Foi assim em Kick-Ass com o John Romita Jr., foi assim também, mais recentemente, com Goran Parlov em Starlight.

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