E aqui finalizo a série de 10 postagens sobre os meus melhores de 2015. Aqui, elenco os melhores roteiristas desse ano. Feliz ano novo para todos!
>>> Alan Moore
O que Alan Moore fez em Monstro do Pântano se tornou antológico e é leitura obrigatória para qualquer fã de quadrinhos. A prosa de Moore é altiva e envolvente desde a primeira edição de seu run, atributo que diferenciou o título de todos os seus congêneres da época. Felizmente a Panini publicou toda a fase do autor a frente do título como ela merece, embora muitos leitores tenham criticado a opção da editora em usar o papel Pisa Brite (chamado por muitos de "papel jornal"). Pessoalmente não desgostei da decisão, pois ela não prejudica nada a arte de Stephen Bissette e John Totleben, além de ter deixado os encadernados em preços acessíveis. Você pode conferir a resenha completa sobre o início da passagem de Moore por Monstro do Pântano clicando aqui.
>>> Neil Gaiman
Gaiman é figurinha carimbada por aqui. Afinal, basta ter lido qualquer edição de Sandman no ano para que ele seja considerado um dos destaques do ano. No início de 2015 eu concluí a leitura do volume 4 da Edição Definitiva da série, onde pude conferir grandes histórias, como o arco final As Bondosas, além de outras histórias fechadas igualmente ótimas, como O Castelo, Os Exilados e, principalmente, A Tempestade (clique aqui para mais detalhes). Além de Sandman, Gaiman também roteirizou o ótimo Violent Cases, na primeira parceria com Dave McKean (que viria no futuro a se tornar um colaborador habitual). Trabalhando numa sinergia especial, ambos criaram um pequena obra prima dos quadrinhos dos anos 80, que por si só é uma época recheada de obras-primas. Como sempre, Gaiman aqui diz muito com pouco.
>>> Robert Kirkman
The Walking Dead é um exemplo raro de quadrinho que apenas melhora com o passar das edições. Robert Kirkman pode não ter um texto tão notável quanto os demais autores da lista, mas ele compensa isso com muita criatividade no seu argumento. Recentemente concluí a leitura do arco All Out War (ainda não publicado no Brasil) e fiquei admirado o quanto ele é hábil em desenvolver seu roteiro. Ele tem domínio completo da narrativa e sempre sabe para onde dar o próximo passo após uma grande história, de forma que a série sempre continua interessante. Por isso as vendas do título só crescem nos EUA. Criar personagens fortes é também um grande talento seu, é só ver Negan, o líder sanguinário que acabou se tornando um dos tipos mais execráveis dos quadrinhos.
Menções honrosas: Mark Waid (Demolidor e Reino do Amanhã) e Kurt Busiek (Astro City).