E vamos dar início a série de publicações em que irei revelar o que, para mim, foi destaque durante o ano de 2015. Repetindo o aviso que dei no ano passado, as minhas escolhas levam em conta as leituras que fiz durante o ano de 2015 e não necessariamente a obras lançadas ao longo do ano. Aliás, a maioria dos escolhidos são de obras clássicas e que tive contato apenas esse ano. Ou seja, o critério aqui é somente o fato de eu ter lido os escolhidos esse ano.
Em segundo lugar, vale dizer que não elejo apenas o melhor de cada categoria. Indeciso como sou, prefiro colocar os três melhores sem estabelecer ordem entre eles. Creio que assim, cometerei menos injustiças, além de ficar mais proveitoso ao leitor, que pode considerar as escolhas para leituras futuras.
Dado o recado, comecemos os melhores do ano com as melhores capas.
>>> Crisis on Infinite Earths #7/1985 - Por George Pérez
Mesmo naquela época, não se tratava de uma pose lá muito original (em Camelot 3000 #6, por exemplo, vemos uma composição de capa bastante semelhante). Todavia, a capa de George Pérez transborda dramaticidade e simboliza muito bem a crise por qual passava o Universo DC durante a saga. Ver Supeman chorando seria impactante por si só, mas a bela arte de Pérez deixa tudo ainda mais cruel. Definitivamente, a capa mais histórica da minha lista.
>>> Astro City #4/1995 - Por Alex Ross
Em Astro City, Alex Ross não foi somente o capista (a arte interna é de Brent Anderson), mas como um dos idealizadores da série ao lado de Kurt Busiek. Nessa capa, Ross dá uma aula de narrativa gráfica, pois em somente uma imagem sintetiza com precisão o plot da edição. Colocando a heroína da história refletida no vidro do ônibus, temos uma exata noção da admiração das pessoas com seus heróis, além do contraste evidente entre o cotidiano popular (representada pelo ônibus coletivo provavelmente levando seus passageiros para mais um dia de trabalho) e a excitante rotina do heroísmo (representada pelo altivo voo de heroína). Ross fez um trabalho irretocável na sobreposição de imagem.
>>> Camelot 3000 #8/1983 - Por Brian Bolland
Todas as capas que Brian Bolland fez para Camelot 3000 são fantásticas. Até hoje, Bolland é um dos mais requisitados capistas da indústria. Seus desenhos são anatomicamente irretocáveis e possuem uma expressividade ímpar. Nessa capa, vemos bem um dos melhores atributos do artista inglês na composição de suas capas: a inventividade de seus enquadramentos. O ponto de vista desse desenho passa longe do senso comum, mas o que mais me chamou atenção aqui foi o cuidado que Bolland teve de colocar o Rei Arthur refletido na base da empunhadura da espada. Temos assim, um quadro dramático completo, por um lado o medo daqueles para quem a espada aponta e a ira de quem está a brandindo.
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