sábado, 27 de setembro de 2014

O retorno de Justiceiro pelas mãos de Ennis e Dillon revitalizou o personagem


Preacher estava em sua reta final de publicação (a edição 66 saiu em outubro de 2000) quando a parceria entre Garth Ennis e Steve Dillon rendeu mais um fruto explosivo. Criado especialmente para abrigar histórias mais adultas com os personagens Marvel, o novo selo Marvel Knights possibilitou que a dupla tivesse mais autonomia para revitalizar o personagem Justiceiro nos quadrinhos.

Como o próprio Garth Ennis escreveu na introdução que abre o encadernado dessa fase, suas histórias servem para um único e exclusivo objetivo: divertir o leitor. Nada de fazer uma análise sociológica sobre a psiqué violenta de Frank Castle, nem tentar encontrar a origem para o seu comportamento. Nas palavras do irlandês:

"É para isso que estou nessa série, pessoal. Diversão. Pura e simples. Nada de uma análise complexa das causas do crime, nem o retrato da trágica queda de um homem numa psicose assassina, nem um exame aprofundado de um vigilante no passar dos anos. E nem a fórmula da Coca-Cola, também. Só risadas, ação e um monte de automáticas disparando pelo seu dinheiro."

Como dá pra perceber, Ennis sabe muito bem o que quer entregar para o seu leitor e quem se dispõe a lê-lo sabe exatamente o que esperar. Nessa sua passagem por Justiceiro (ele retornou ao título em agosto 2001 para mais 37 edições), ele, bem ao seu estilo, entrega uma história divertida e politicamente incorreta. 

A história em si não tem nada de excepcional ou digno de nota. Mas o maior ponto fraco do arco foi o núcleo centrado no "Esquadrão Vigilante", que ao final não teve nenhum desdobramento relevante e nem interferiu na história principal. Praticamente um filler, quase que um spin-off ao longo do arco.

Se seguir o plano de publicação original, em breve a Salvat lançará o arco em dois encadernados, dentro de sua Coleção Oficial Graphic Novels.

Justiceiro - Bem Vindo de Volta, Frank
The Punisher (2000) #1-12
**** 7,0
Marvel | 2000-2001
Panini | janeiro de 2008
Roteiro: Garth Ennis
Arte: Steve Dillon
Arte-final: Jimmy Palmiotti
Cores: Chris Sotomayor

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