terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ação desenfreada em cenário futurístico dá o tom em Hard Boiled


Bons eram aqueles tempos em que tudo que Frank Miller tocava virava ouro. O começo dos anos 90 era uma época que obras como Batman - O Cavaleiro das Trevas 2 e Holly Terror eram inimagináveis vindas de sua parte. Infelizmente algo mudou na virada do século. Mas Hard Boiled - À Queima-Roupa integra o lado mais autoral  da obra de Miller (ao lado de Martha Washington, Sin City etc.), feitas após aquele período em que ele deixou o mercado a seus pés. Apesar do resultado também ter sido formidável, é preciso reconhecer que o maior mérito vai para Geof Darrow.

A sua arte hiperdetalhista é chocante. A eficiência da trama futurística de Miller não seria mesma sem os desenhos de Darrow. A sensação de cair de cabeça em meio a uma história maluca, chocante e intensa é ótima. Somente após muita violência e explosões que a trama vai ganhando sentido. Basicamente ela consiste na história de um androide psicopata que é utilizado para as mais diversas tarefas. Acontece que ele não tem noção de sua condição e, por isso, reage da pior maneira possível quando uma rebelião de robôs ameaça a dar início.

Vale mencionar que Darrow participou da produção do filme Matrix, credenciado pela sua criatividade mostrada nesse quadrinho ao retratar um futuro distópico e hiperpovoado. Os lindíssimos painéis desenhados por Darrow, tamanho o seu detalhismo, proporcionam uma experiência única e intensa. Intensa, pois, além da arte em si ser bonita, ela é dinâmica. Para quem gosta de um legítimo quebra-pau, ação desenfreada em forma de quadrinhos, não há exemplar melhor que o de Hard Boiled. 

Hard Boiled - À Queima-Roupa
Hard Boiled #1-3
**** 8,0
Dark Horse | 1993
Devir | agosto de 2008
Roteiro: Frank Miller
Arte: Geof Darrow

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